“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que
sejas, porque te condena a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que
julgas, fazes o mesmo”.
(ROMANOS, 2; 1)
Nossos olhos são treinados há
milênios para o julgamento exterior. Temos a palavra pronta e a definição bem
articulada para argumentar sobre o comportamento alheio.
No entanto, nos convém avaliar... A
que viemos? Seria a vida uma apreciação constante dos acontecimentos
transitórios no que diz respeito aos outros? Justo deve ser o nosso entendimento.
Não há sobre a Terra a
infalibilidade. Instrutores e aprendizes uns dos outros, somos convocados à
ajuda mútua, e não a condenação sobre qualquer pretexto.
Orientar sem fazer é tão infrutífero
quanto o olhar para fora, esquecendo-se de zelar por nossa casa consciência.
Somos o que fazemos e não o que
falamos.
Não nos enganemos. É indesculpável ao
homem diante da Justiça Divina apontar os equívocos dos companheiros de
jornada, se não há de nossa parte sincero compromisso e constante exercício de
conduta renovada.
Assinamos nossa própria condenação quando
menosprezamos o reencontro inadiável com nossas atitudes e pensamentos, pois por
eles seremos avaliados perante a vida.
Se já somos portadores da experiência
sadia que nos qualifica a orientar os companheiros que caminham indecisos, o
façamos de boa mente. Seja a nossa palavra e o nosso gesto uma dádiva em
direção ao próximo que temporariamente possa ter se desviado do bom senso.
Falemos auxiliando, agindo e exemplificando,
porque em todos os lances da vida julgar é discernir, e jamais condenar.
Sejamos o acolhimento lúcido, e o
verbo conciliador lembrando a todo o instante que a Divina Providência nos tem
ofertado quotas inesgotáveis de misericórdia diante dos nossos deslizes, e é
justo afirmar que quem muito recebe está na condição de algo oferecer de si
mesmo.