domingo, 29 de setembro de 2013

RIQUEZAS DA INJUSTIÇA





“(...) Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará às verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?...”.

 (Lucas, 16; 1-13).
 

A parábola do administrador infiel nos ensina o poder reabilitador da fidelidade.




“Que é isto que ouço dizer de ti?”

“Dá conta da tua administração...”

 

Fora o gestor denunciado como esbanjador de bens.

Descobertas suas negociações ilícitas temeu perder o cargo.

O que fará o administrador infiel sem ter o que gerir?

Força não tem para cavar.

Mendigar tem vergonha.

 

Granjear...

Granjear é conquistar para si.

“Ao devedor que deve cem, cobrarei cinquenta”.

“Ao outro que deve mais cem, pedirei apenas oitenta”.

Fazer das riquezas injustas uma expressão de amizade.

 

O Senhor louvou o seu gestor, pois este fora sábio.

Somos meros depositários.

Afinal, riqueza alguma nos pertence.

Sejamos como um rio a fluir...

Sem oculta intenção de reter o mar.

 

O tabernáculo sagrado do homem está no coração.

Feliz àquele que tem amigos-abrigos para recebê-lo.

Ser fiel no pouco ou no muito fortalece e santifica a alma.

Pois, se as riquezas da injustiça são o passado total do homem,

Granjear amigos é converter a queda em elevação.

domingo, 22 de setembro de 2013

OBEDIÊNCIA ENGANOSA




“(...) Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos...”.

 (Lucas, 15; 11-32).
 

A parábola do filho pródigo nos mostra a caridade infinita de Deus, ensinando-nos o acolhimento sem ressalvas.
 
 
Um homem tinha dois filhos...
Um foi pródigo, o outro obediente.
O pródigo era o mais moço, e este pediu ao Pai sua parte nos bens.
O Pai repartiu seus haveres entre ambos.
De posse da sua herança, o pródigo partiu para um país longínquo.
Passou a viver de forma dissoluta.
Dissipou e consumiu todos os seus bens.
Sobrevieram tempos difíceis...
A miséria, a fome e a solidão visitaram o filho pródigo.
Caiu em si...
“Os jornaleiros de meu Pai tem fartura de pão, e eu morrendo de fome!”
“Vou ao encontro de meu Pai!”
“Pai pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado de teu filho...”
O Pai teve compaixão do filho.
O abraçou, e o beijou. O acolheu.
Pediu o Pai aos seus servos:
“Trazei ao meu filho: roupa, anel e sandálias”.
“Comamos o novilho cevado. Alegremo-nos!”
“Meu filho era morto e reviveu. Estava perdido e se achou”.
E o filho obediente?
Este ficou sabendo do retorno do seu irmão pródigo, e indignou-se.
Voltava do trabalho no campo, e ouviu a música e a dança.
Estavam em festa pelo retorno do pródigo.
O filho obediente não quis entrar na festa.
Acreditava-se injustiçado. Por tantos anos servira ao seu Pai sem transgredir seus mandamentos, e nunca teve um festejo como aquele...
A obediência era egoísmo.
Lembrai! O Pai repartira os seus haveres entre ambos.
O pródigo dissipou a herança.
E obediente o que fizera da sua parte?
Pois, se ainda vivia à custa do Pai...
Sua obediência exigia recompensa, e era incapaz de acolher.
Antes reteve os bens repartidos, para usufruir o que pertencia ao Pai.
O obediente julgara-se melhor do que o pródigo. Mas este tivera a humildade do arrependimento, e aquele era incapaz de repartir.
Dois filhos a representar duas faces humanas:
A prodigalidade e o egoísmo.
Os dois o Pai orientou.
Ao pródigo ensinou o recomeço. Ao obediente a caridade.
Regozijemo-nos, pois é assim que o Pai revive o que estava morto, e acha o que estava perdido!
Vigiemos para que nossa obediência não seja engano.
 
 


domingo, 15 de setembro de 2013

ALEGRIA DOS ANJOS




“(...) Assim, digo-vos, há júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”.

 (Lucas, 15; 8-10).
 

A Parábola da Dracma Perdida exalta a bondade e a misericórdia de Deus.



Entre dez dracmas, uma se perdeu...

O que fazer?

Abandoná-la, pois tem outras nove?

Será que uma dracma perdida fará diferença?

 

O detentor das dracmas possui dez moedas, não nove.

A décima dracma lhe pertence tanto quanto as demais.

Deseja reencontrá-la!

E por isto, irá buscá-la...

 

Acende a candeia,

Varre a casa,

Procura diligentemente.

Prioridade é achá-la!

 

Persiste, insiste, persevera...

A dracma lhe pertence.

A Ele retornará.

Não faz caso do tempo, importa retomá-la!

 

Eis, a décima dracma! Descera ao chão, a perdera de vista...

Mas porque lhe era imprescindível, fora ao seu encontro.

O detentor está em posse do seu tesouro.

O que fora perdido está de volta.

 

Há júbilo entre os anjos de Deus! Pois o que era ausente se fez presença.

domingo, 8 de setembro de 2013

À HORA DA CEIA





“(...) Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos”.

 (Lucas, 14; 16-24). 

A Parábola da Grande Ceia é o convite ao banquete espiritual do Reino dos Céus.
  
 
À hora da ceia o servo conclama:
Vinde! Pois, tudo está preparado para o banquete...
Escusam- se os potentados da Terra:
“Comprei um campo... preciso ir vê-lo”.
“Comprei cincos juntas de boi... preciso experimentá-las”.
“Casei-me... não posso ir”.
 
Convidados ao banquete rejeitaram o chamado.
Querem o deleite, as glórias e as honras do mundo.
A triste ilusão da vaidade que corrompe e aprisiona.
Anuncia o servo ao seu Senhor:
“Rejeitaram o convite, estão todos ocupados...”
“Afligem-se pelo campo, pelos bois e pelo casamento”.
 
Depressa, pois, a Grande Ceia terá início! – exclama o Senhor.
Pelas ruas e becos...
Pobres, aleijados, cegos e coxos são chamados.
Deserdados no mundo são convivas do Reino.
O pobre encontra fartura, o aleijado levanta e anda.
O cego clarividencia-se e o coxo caminha com altivez.
 
E ainda, há lugar no banquete! Sai pelos caminhos e atalhos...
Chamai a todos para que se encha esta Casa.
Convergem ruas e becos, caminhos e atalhos...
 
Provarão a Ceia aqueles que a aceitaram.
 

 

domingo, 1 de setembro de 2013

DESEJO DE PRIMAZIA




“(...) Pois todo o que se exalta será humilhado; mas todo o que se humilha, será exaltado”.

 (Lucas, 14; 7-11).
 

A parábola dos primeiros lugares adverte para a ilusão do orgulho.



Convivas do banquete...

Tomai vossos lugares!

Porém, assenta-te como o último dos convivas.

Não ambicioneis os primeiros lugares.

 

Aprendei da parábola a sua lição:

Auto exaltar-se é ilusão do orgulho.

Convém ao servo os últimos assentos.

Humildade é a virtude de todo conviva.

 

Alegra-te, pois foste convidado!

Sede húmus na terra dos homens.

Fertiliza o solo por onde caminhas.

Segui as pegadas do Rei que se fez súdito diante do Pai.

 

Sobriedade, modéstia, prudência e recato:

Divinas senhas da ascensão prometida.

Assenta-te nos últimos lugares.

O Senhor do banquete bem conhece o valor dos seus convivas.

 

Na cadeira de Moisés assentam-se os fariseus e escribas.

Não ostentais o que a ti não pertence!

A eminência é uma frágil flor fora da estação.

A ilusão do destaque é tola vaidade.

 

Quem se exalta humilhado será. Quem se humilha exaltado estará.