domingo, 28 de dezembro de 2014

CHEIOS



“Estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade”.


(ROMANOS, 1; 29)



Estando cheios...
Estar cheio não é plenitude.
Nem tampouco saciedade.

Estar cheio,
No espírito, é estar vazio:
Na alma.

Não plenificamos, apenas preenchemos...
Qual conteúdo?
Iniquidade, prostituição, malícia, avareza e maldade.

Transbordamos cheios de:
Inveja, homicídio, contenda,
Engano, malignidade.

E contudo, ainda que cheios,
Permanecemos vazios.
Onde há plenitude?

Deus habita no vazio que ocultamos.



domingo, 21 de dezembro de 2014

CONHECIMENTO DE DEUS



“E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm”.


(ROMANOS, 1; 28)


E não se importaram...
Conhecer a Deus é saber sua vontade.
Onde a encontrar?
Grafada está pra além das palavras...

Nas tábuas do coração a Lei está esculpida.
Faz-nos lembrar de remota origem...
Paraíso: saudade do que nunca vi.
Anjos são mensageiros de asas marcadas.

Quem nos fará crer no sentido de ser?
Sou o que penso.
E o não ser é a ausência de existir.
Sentir é um aflorar das sensações.

Entregues a um sentimento perverso,
Apartamo-nos daquele que é.
E não mais sou... Apenas estou.
Consequência: é o fazer sem Deus.

Fazer o que não convêm.
Porque não se importaram em conhecê-lo.

domingo, 14 de dezembro de 2014

EM SI MESMOS



“E, semelhantemente, também os varões deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.

(ROMANOS, 1; 27)


Qual é a vontade de Deus ao meu respeito?
Quem o deseja saber?
A palavra é verbo criador...
E há palavra humana e há palavra divina.

Aos homens a palavra de persuasão:
Conveniência do mundo.
Em Deus a palavra da salvação:
Verdade imutável, pois eterna.

A quem seguir? Quem oferta vida eterna?
As opiniões dos usos e costumes?
Ou a imorredoura Lei que a tudo rege?

Fora da natureza, o desejo se inflama.
É torrente de correnteza sem dique.
Desvario traz vazio n’alma...
Plenitude é preencher-se no espírito.

Em si mesmos...
A recompensa é o salário da obra: árvore e frutos.
Amar o imperfeito não é amar a imperfeição.

domingo, 7 de dezembro de 2014

NATURAL




“Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário a natureza”.


(ROMANOS, 1; 26)


Conhecê-la para compreendê-la...
Mas, nem todos que a conhecem a compreendem.
Divina Lei!
Inata natureza!

No início: instintos.
Avançado e corrompido: sensações.
Instruído e purificado: sentimentos.
E a excelência dos sentimentos é o Amor.

Fonte pura de todas as perfeições.
Sol interior das revelações sobre-humanas.
Afastado da Lei, entrega-se o ser às paixões infames.
Deseja naturalizar a distonia.

Permite o Criador que sorvamos o cálice...
Cala-se a consciência diante do natural.
O sábio o conhece por intuição.
O sofista faz da conveniência sua argumentação.

E mudaram o uso natural...
No contrário a natureza.

domingo, 30 de novembro de 2014

VERDADE




“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém”.


(ROMANOS, 1; 25)



Verdade...
Onde a encontraremos entre os homens?
Conveniência ou convicção?
Sem temor, mas com amor.

Mudaram a verdade em mentira...
Sinuosa e atraente serpente:
Fruto da árvore do bem e do mal.
Pela queda fizemo-nos nus.

Revestimo-nos com túnicas de peles...
Repelir toda inverdade...
Mas, honraram e serviram a criatura.
Deuses de pedras: falsa adoração.

Entregar-se a verdade é renunciar a si mesmo.
Pois, onde há verdade no homem?
Sem temor, mas com amor...
Guia-nos o Deus que tudo criou.

Céu, terra, mar e todos os espécimes.
Bendito seja eternamente com louvor: Amém!

domingo, 23 de novembro de 2014

DESONRA




“Pelo que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si”.


(ROMANOS, 1; 24)



Concupiscência do coração...
Abismo de queda para os homens.
Onde a interferência divina?
Deus nos ama na liberdade que reeduca.

A quem imputaremos nossos erros?
O desejo é água impura em copo limpo.
O corpo é templo erigido pelo Criador.
O zelo com o corpo é cuidado com o templo.

No templo (corpo) adoramos:
No templo louvamos,
No templo pedimos,
No templo agradecemos.

Abrigo da prece, tenda do Altíssimo.
O corpo é o santuário da alma vivente.
Ensaio tríplice do espírito vivificante.
Corpo-alma-espírito: soma, psique e pneuma.

A carne e o sangue não herdarão o reino.
Só há desonra onde não há santuário.



domingo, 16 de novembro de 2014

SEMELHANÇAS




“E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis...”.

(ROMANOS, 1; 23)



Deus em nós, ou Deus como nós?
À semelhança...
Por não compreender mal definimos.
Ao buscar aproximar nos distanciamos.

Algo ou alguém?
Deus é!
Estar é humana condição.
Comparar é tornar desigual.

E mudaram a glória...
Deus dos homens: Deus do irreconhecível!
Do incorruptível ao corruptível...
Onde o Deus que nos fez semelhança?

Deus homem: face orgulhosa da nossa queda.
Deus ave: Raso voo da humana imaginação.
Deus quadrúpede: Levante do nosso vaidoso caminhar.
Deus réptil: Rastejar da consciência que se afoga...

À semelhança da imagem de Deus:
Pra além do homem - o destino glorioso do Espírito! 

domingo, 9 de novembro de 2014

SÁBIOS E LOUCOS



“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”.

(ROMANOS, 1; 22)



Dizer-se sábio...
Tornar-se louco...
Dizer não é ser.
Tornar-se é um efeito da ação.
Vaidade: traiçoeira companhia.

Dizer-se sábio...
Tornar-se louco...
Sabedoria vem do alto.
Loucura é cadeia mental.
Orgulho: filho cego da cegueira.

Dizer-se sábio...
Tornar-se louco...
Quem instruirá o homem interior?
Nas tábuas de carne do coração está a Lei.
Egoísmo: verme roedor!

Seja nossa sabedoria loucura para o mundo.
Seja a loucura do mundo nossa lição de tolerância.
Mergulhar em si, buscar a fundo...
Fazer do percalço a lição da constância.

domingo, 2 de novembro de 2014

DISCURSOS




“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu”.


(ROMANOS, 1; 21)



Conhece a Deus?
Quem o glorifica?
Quem lhe rende graças?
Discursos...

Cânticos, louvores e pregações:
Fé crença não é fé convicção.
A primeira é a cegueira, a segunda é o sentir e pensar com Deus.
Fé fidelidade: é o viver.

Tê-lo por companhia, roteiro e guia.
Menos por palavras, mais por ações.
Exemplificar é propagar com Deus.
Pra além dos discursos...

Mas os homens se desvaneceram.
Lançaram um véu ao Criador: sua imagem.
E o coração insensato se fez trevas.
Lucidez é a esperança de saber-se Filho.
E o Filho sempre está na Casa do Pai.

Discursos: Palavra e exemplo. Fora isto: ausência de Deus.

domingo, 26 de outubro de 2014

COISAS INVISÍVEIS




“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis...”.


(ROMANOS, 1; 20)


Coisas invisíveis...
Onde o olhar que as contemplem?
Na superfície vemos, mas não enxergamos.
Na aparência não há justiça.
Na essência está a verdade.
E quem será dela o portador?
No invisível estamos em nós.
Desde a criação do mundo:
Coisas invisíveis, seu eterno poder, sua divindade...
Somos Dele sua imagem.

Seu eterno poder...
Mostra-me o fim do que não perece!
A sabedoria não se contradiz.
Na criação se oculta e revela-se o Criador.
A potente vontade daquele que a tudo dirige.
Temporária maldade que se apaga diante do Eterno.

Sua divindade...
Pelas coisas invisíveis entenderei e verei sua obra.
Sou maleável argila em suas mãos.
Molda-me, sonda-me, revela-me...

domingo, 19 de outubro de 2014

DEUS NOS HOMENS





“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”.
(ROMANOS, 1; 19)




Quem conhece a Deus?

O homem não o vê, e nem o compreende...
Mas o sente, e o adivinha.
Quem é o homem diante de Deus?
Filho...

Filho da desobediência, ou filho da luz?
A desobediência sugere retorno.
A luz indica em nós a divina paternidade.
Deus nos homens...
A desobediência é ausência de luz.
A luz é a presença do Criador.

O que de Deus se pode conhecer no homem se manifesta.
Donde vem tamanha misericórdia?
Da mente humana?
Mas esta mente inventou Deus a sua maneira, fazendo-o imagem e semelhança da humana imperfeição.
A Vontade vêm do alto...
Sem sombra de alteração.

Pensa o homem buscar a Deus, mas é Deus quem o encontra.
Quem decifrará tão imenso amor?
No homem, Ele se manifesta. Porque Deus o manifestou.
Onde o querer dos homens?
Em tudo a onipresença de Deus.