domingo, 5 de julho de 2015

POR CAUSA DE VÓS




“Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós”.
(ROMANOS, 2: 24)
 
Grafado nas tradições imemoriais...
Emerso de recônditas lembranças.
Está escrito:
“E a Escritura não pode ser anulada”.
 
Testemunhas teus atos sem o saberes.
Depões num tribunal sem júri.
Mas justo é o Juiz da causa.
Por causa... de vós!
 
Contraditas o nome que não ouso dizer.
Diante da voz, prometo calar.
Mas cá dentro proclamo pra nunca esquecer...
Sois o mote que canto, pra sempre adorar!
 
A Causa...
Por causa de vós!
Amor que nos ama sem nada pedir.
Verdade que oculta pra nos revelar.
 
 
Rubro minha face diante de ti.
Espelhas minh 'alma no eterno porvir...
Sufoco no peito o pranto de dor.
Na tua presença sou servo e senhor.
 
Sois causa?
Blasfêmia...
A causa em nós!
Estrangeiro o teu nome... quando estamos a sós.
 
Sois pó? Não... sois luz!
Porque estais em mim sou imagem, lembrança.
Refletes e reflito ao quê me conduz...
Sou porque és! Sem dessemelhança!
 
Em tudo a Causa...
Por causa de vós!

domingo, 28 de junho de 2015

GLÓRIA E DESONRA



“Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?”.

(ROMANOS, 2: 23)
 
Glorias na lei...
Toda adoração é uma forma de reconhecimento.
No entanto, se exalto a lei porque dela me afasto?
A exterioridade da fé é superfície da lei.
 
Olhemos de mais alto...
Situemo-nos na frequência do nosso pensar.
Elevemos a sintonia.
Pra mais além nos conduz a lei.
 
Transgredis a lei?
Desonras a ti mesmo!
Deus habita no homem interior.
Santifica-te na vigilância!
 
A falta não está na imperfeição.
Pois, do desvio o Criador faz processo.
Reergue-nos no trabalho de renovar
Não há culpa, onde não há intenção.
 
Somos feitura da divina vontade.
Convidados ao eterno remanso.
Fidelidade não é um aceite verbal.
Falamos alto no silêncio da prece.
 
A transgressão é a face oculta da rebeldia.
A lei é o regimento da consciência.
 

 
 

domingo, 21 de junho de 2015

IDOLATRIA



“Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?”.


(ROMANOS, 2: 22)


A quem servimos?
Não há liberdade onde há idolatria.
Saber-se consciente.
A responsabilidade é proporcional ao entendimento.

Tu que cometes, tu que abominas...
Condenas a quem?
A justiça não está na lei, está na sentença.
A lei é guia. A sentença é a manifestação da justiça.

O que está escrito?
Não adulterarás. E adulteras...
Não idolatrar. E idolatras...
Saber por palavras é abster-se de sentir.

Observas a tua medida:
Por ela serás medido.
O cisco e a trave...
Quem estará ausente do erro?

Falsificar a si mesmo é o mais vil sacrilégio.

domingo, 14 de junho de 2015

AUTOENSINO



“Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?”.


(ROMANOS, 2: 21)


Ensinas ao outro?
Por quem ensinas?
A mensagem passa, mas não pode ser retida.
No espelho somos imagem e semelhança.

Quem ministra a lição, leciona a si mesmo.
Poderá instruir aquele que não se instrui?
Palavra é verbo na criação, evangelho vivo!
A boa nova é convite ao reino...

Não te encasteles na falsa ilusão do entendimento.
Entender é um exercício da inteligência.
Buscai a “Jerusalém que é cima... mãe de todos nós”.
Na casa sentimento habita a verdadeira adoração.

Em espírito e verdade...
Coração, alma, mente.
Mandamento maior da lei.
O amor ao próximo é termômetro do amor a Deus.


Amas o que não vê? E desprezas o que está diante de ti?
A abstração é uma forma de idolatria.
Cultuas no altar da acepção?
Em Deus tudo é unidade.

Furtas sonhos e consolações?
Subtração longe das vistas: furto aos homens.
Ocultar-se no ego interesse: furto ao espírito.
Autoensino: a busca de revelar-se.

domingo, 7 de junho de 2015

INSTRUENDOS




“Instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei...”.


(ROMANOS, 2: 20)



Quem instruirá o homem?
Apreender é relembrar...
De onde vem este eco que nos ensina?
Deus fala no homem interior.

Não julgue sábia a vã sabedoria.
Instruidor dos néscios...
A falsa ciência tem seu encanto,
Mas falta-lhe solidez.

A descoberta de hoje é a negação de amanhã.
Não tardará o retoque na obra humana.
Quando o sofisma é a via de acesso,
Frágil torna-se a sapiência.

Mestre de crianças: pedagogo semeador.
Ensina a si no espelho de outrem.
Qual pureza nos olhos do aprendiz...
Caminha pela estrada do porvir.


Na forma: ciência e verdade.
Na essência a lei é a sombra.
Face a face ensinando e aprendendo:
Somos instruendos.

domingo, 31 de maio de 2015

GUIAS



“E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas...”.


(ROMANOS, 2: 19)



Condutor: aquele que guia.
Confias ser aquele que conduz?
Conduza-te por aquilo que guias.
O que seria do farol se não sinalizasse sua luz?

Tu que confias por si mesmo,
Justifica-te sob qual argumento?
Reivindicas méritos por quais obras?
Saibas preposto, e não proponente.

E o que dirás se não representas a vontade daquele que o envia?
Guia: de cegos na cegueira.
Não podes mostrar o que não vês.
E se não vês... como desejas conduzir?

Trevas e luz.
Sombras e paz.
Luz nas trevas.
Paz nas sombras.

Verdadeiro guia: luz que alumia a todo homem que vem ao mundo.

domingo, 24 de maio de 2015

COISAS EXCELENTES




“E sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei”.


(ROMANOS, 2: 18)


Saber, aprovar, instruir-se...
Saber a vontade.
Aprovar coisas excelentes.
Instruir-se por lei.
Roteiro da busca, mas o encontro está além.

Saber é um exercício de compreensão.
Para que o saber não se torne apenas informação:
Reflexão – capacidade de encontrar-se no ensino.
Um saber sem palavras...
Um entender sem fronteiras.

Aprovar é mais do que concordar:
É sentir-se parte na partilha.
É comungar do sentimento que aprova.
Fora isto, cega concordância.
Adesão sem envolvimento.

Instruir-se.
Do intelecto ao coração.
O que os olhos não viram, o que as mãos não tocaram,
Um sentir que perpassa sentidos...
É o que principia a intuição.

Vontade de querer com sabedoria.
Coisas excelentes aprovadas pela consciência.
Por lei instruir-se na fonte divina da vida.
Nutrir-se...
Do imperecível, do intangível, do imponderável. 

domingo, 17 de maio de 2015

SOBRENOME



“Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus...”.


(ROMANOS, 2: 17)


Sobrenome: judeu.
A menção não mais restringe.
Israel, hoje, é a humanidade inteira.
Repositório da divina revelação.
Do Egito à Canaã: do exílio à redenção.

A aliança é um pacto pra eternidade.
Condição: fidelidade.
Quebra do concerto: desobediência.
Quem nos ofertará tamanha misericórdia?!
Convite ao Amor...

Romper as cadeias da escravidão,
Fazer o êxodo do ego: mergulho em si.
Emergir para uma nova vida.
Nascer de novo.
Da água e do espírito.

Repousa na lei?
Onde está que não a escuta?
Eco de bens futuros...
Sombra da lei que não perece.
Sinai: de véu em véu.

Gloriar-se em Deus:
Um adorar pra além das ofertas.
Sacrificar-se no altar da consciência.
Sabendo-se servo e não mero ouvinte.
Espelho da vaidade é crê-se escolhido.

Somos chamados por um sobrenome: filho.

domingo, 10 de maio de 2015

SEGREDOS



“No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”.


(ROMANOS, 2: 16)


No dia em que Deus há de julgar...
Julgamento nos remete a condenação ou absolvição.
E por nos sabermos imperfeitos, tememos.
Mas, quem há de nos julgar? A parcialidade humana?
Não. Somos aferidos pelo Deus que ama.

Os segredos dos homens...
Quem há de conhecê-los?
Caminhos e descaminhos da alma.
A coragem de revelar-se.
Confessai-vos àquele que a tudo antevê.

Por Jesus Cristo...
Nosso único e divino mediador.
Advogado em nossa causa diante do Pai.
Remidor de toda mácula.
Ponte, elo, passagem à eterna ressurreição.

Segundo o meu evangelho...
Boa nova que não me pertence.
Eu a ela pertenço.
“Meu”: não é propriedade, pois seria imprópria.
Nossa boa notícia: o reino que nos é chegado.

Portas adentro do coração: os segredos dos homens...