domingo, 28 de julho de 2013

CEGUEIRA E ABISMO

 
 


“Porventura pode um cego guiar outro cego? (...) Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco”.

 (Lucas, 6; 39 – Mateus 15-12-14). 

 A parábola do cego guia de outro cego é um alerta contra a adulteração do pensamento. 
 
Cegueira: causa.
Abismo: efeito.
Há olhos, mas não veêm.
Há ouvidos, mas não ouvem.
 
Quando um cego guia outro cego, o abismo é a estadia.
 
Aprender da cegueira o seu proveito:
Enxergar sem ver.
Saber do abismo o seu porquê:
Barranco é primícia para ascensão.
 
Quando um cego guia outro cego, o abismo os devorará.
 
Quem pode saber sem aprender?
Quem pode aprender sem estudar?
Assim, sendo cego não pode ver.
 
Fariseus e saduceus em versão atualizada...
Árvore não plantada será arrancada.
Deixai-os... observeis o cisco e a trave.
 
Que a cegueira não vos alcance...
Aonde há luz que não a vejo?
Cá dentro um eco vos ilumina.
Cegueira é causa, o Abismo é o efeito.
 

 

domingo, 21 de julho de 2013

QUANDO A MALDIÇÃO TORNA-SE BÊNÇÃO




“(...) Olha, Mestre, secou-se a figueira que amaldiçoaste!”.

 (Marcos, 11; 12-14 – 19-21).
 

 A parábola da figueira que secou é a lição da coerência.


Atentai para a lição da figueira:

Suas raízes estavam fincadas em Betânia.

Procurara o Mestre por frutos: só folhas encontrara...

Ainda não era tempo de figos.

“Nunca, jamais coma alguém fruto de ti”.

Pois, se não era ainda tempo de figos, porquê a maldição?

Não há incoerência em cobrar frutos antes do seu tempo propício?

Oposta interpretação: coerente é secar o que não frutifica.

A estação propícia é a ocasião, não é condição para a colheita dos frutos.

Seria a primeira vez que passara o Mestre por aquela estrada em Betânia?

Por três anos percorrera a Palestina. Certamente já conhecera aquela figueira.

A observara em outras estações...

Figueira sem frutos. Em toda e em qualquer estação.

Os frutos são ofertados ao seu tempo. Mas a sua elaboração é anterior.

Os frutos são o resultado. A germinação, o cultivo e a adubação o determinam.

A figueira estava bem situada.

Nas costas do Mediterrâneo, entre o Vale do Jordão e o Mar Morto.

Terreno fértil para plantações.

Ali se encontrara a figueira.

E no entanto, o que ela ofertara?

Tronco, galhos e folhas... nunca, jamais um fruto!

A semente era estéril. Estava ausente a fertilidade.

A Lei que rege a produção de frutos na figueira é a mesma que produz no homem as boas obras.

Há frutos de árvores e frutos de almas.

Aprendamos com a lição da figueira. O sábio, também, se instrui com os erros alheios.
 
É quando a maldição torna-se bênção.

domingo, 14 de julho de 2013

CANDEIA MANIFESTA




“Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de os que entram veja a luz (...)”.

 (Lucas, 8; 16-18).    (Marcos, 4, 21-25).
 
 A parábola da candeia é o anúncio da palavra divina a todos.
 
 
Oculto, será manifesto.
Secreto, virá à luz.
Candeia no velador, não debaixo do alqueire.
Nem toda claridade é clarão.
A luminosidade produzida pelo azeite não é a do petróleo.
Nem a luz produzida pelo petróleo é a do acetileno.
E o que é a claridade do acetileno diante da eletricidade?
Importa esteja a candeia acessa.
Ser candeia não basta.
Há lâmpadas que não fornecem luz, ou a refletem palidamente.
O que faz a candeia sob o leito?
Repousar não repousa. Incômoda é esta estadia.
Para nada serve. Para nada aproveita.
O lugar da candeia é no velador.
Quem adentra veja a luz.
Não furtemos conhecimento, pois divino é este patrimônio.
Usufrutuários, sem direito à retenção.
E o que é a candeia apagada?
Uma vela não se gasta, nem se apaga por acendermos outras velas.
No entanto, apagada, permanece a treva.
A função da luz é iluminar. Fora isto, porquê o clarear?
Oculto, será manifesto.
Secreto, virá à luz.
Candeia no velador, não debaixo do alqueire.
“Atentai no que ouvis. A medida que usais, dessa usarão convosco: e ainda se vos acrescentará” – (Marcos 4:24)
“Brilhe a vossa luz diante dos homens” – (Mateus 5; 16).
 
 
 

domingo, 7 de julho de 2013

APREENDER DA SEMENTE




“(...) A terra por si mesma produz frutos; primeiro a erva, depois a espiga e por último o grão cheio na espiga...”.

 (Marcos, 4; 26-29).
 

 A parábola da semente é lição de confiança na Providência Divina. 

 
Apreender da semente o seu germinar...
Lança o homem o gérmen na terra.
Dorme e levanta,
de noite e de dia,
e a semente germina.
Cresce, sem saber o homem como.
Produz a terra por si mesma.
A erva, a espiga, e o grão cheio na espiga.
A erva primeiro.
A espiga depois.
O grão por último.
 
Apreender da semente o seu germinar...
O fruto amadurece.
Meta-lhe a foice.
A ceifa é chegada.
Fecunda é a terra, pois dela vem o alimento, o corpo: a roupagem.
A erva, a espiga, e o grão cheio na espiga.
Semente da árvore que dá frutos de vida eterna.
Corpo fortaleza, plântula subterrânea cuja raiz rompeu a terra, saudando a luz.
Surge viçosa, com folhas abertas e perfumosas flores.
Um planta, outro rega, mas de Deus vem o crescimento.
 
Apreender da semente o seu germinar...
Germinação, crescimento, floração e frutificação.
A cada estação o seu ciclo.
Semente: palavra do Reino que já principia.