domingo, 22 de fevereiro de 2015

CORAÇÃO IMPENITENTE



“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus...”.


(ROMANOS, 2; 5)



Segundo a tua dureza...

Há o caminho, a caminhada e o caminheiro.
O caminho parte de onde estamos e para onde vamos.
A caminhada é a história do trajeto, com seus possíveis percalços, ou suas encantadoras e valorosas descobertas.
O caminheiro é aquele que caminha. Cada qual com a sua característica, seu histórico de viagens, o veículo de que é portador para alcançar o seu destino.
A dureza é a pedra na estrada, é o escolho do caminho.
Prejudica a caminhada, interrompe o percurso.
Macera os pés do caminheiro.

Coração impenitente...

O arrependimento é a porta do recomeço.
Necessário se faz, no entanto, a reparação e a regeneração.
Reparar é devolver à Lei aquilo que retemos indevidamente.
Regenerar é renascer retomando a glória reservada:
Nova criação, nova criatura.

Qual é o teu tesouro?
Onde repousa teu coração?
Entesouras a ira, envenenas a alma.
O dia da ira é o dia da consciência:
Deus conosco.

A manifestação do juízo de Deus:
Criação, Aliança, Exílio, Êxodo e Redenção.

Trajetória a romper a dureza impenitente.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

BENIGNO



“Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?”.


(ROMANOS, 2; 4)



Inúmeras vezes valendo-nos de condicionamentos milenares nos inclinamos ao desprezo.

Quem preza gosta, se afeiçoa, cria vínculo.

Desprezar é desfazer este enlace do sentimento.

Diante do Pai Eterno nos encontramos na condição do filho a quem é concedida a dádiva, por vezes, imerecida, mas com o claro objetivo de oportunizar a regeneração.

E o que se dirá do filho que renega o auxílio amoroso do Pai?

A ingratidão ainda nos caracteriza.

A bondade de Deus é riqueza que não perece.

Benignidade que nos socorre sem privilégios, que visa o aperfeiçoamento e a bênção do recomeço.

Deus é bom não porque nos favorece, mas porque é justo, e ama a justiça.
E conhece nossas fraquezas...

É paciente e generoso diante de nossas faltas.

Quem o amará na intensa profundidade com que nos ama?

Deus é o eterno amor não correspondido.

Ignorar a sábia bondade do Pai a nosso respeito é abrir mão de estreitar nossa relação com Ele.

Relacionar-se com Deus pede intimidade, cumplicidade, leal observação dos seus preceitos.

Mas, e se permanecemos em queda?

O mesmo Deus nos perdoa, ama, e concede o recomeço.

Pedagogia do sentimento, generosidade que estimula.

O Amor de Deus nos constrange...

E constrangidos, no erro, no tempo dado e marcado pela Providência, seremos reconduzidos.

O arrependimento é o reconhecimento do amparo incondicional do Pai.



domingo, 8 de fevereiro de 2015

AUTOENGANO



“E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?”.


(ROMANOS, 2; 3)


Nossos atos dialogam conosco.
Falam dentro da casa consciência, nos convidando ao exame.
Autoexame...
Nós, conosco é tema central da renovação íntima.
Nosso olhar míope, no entanto, sobrevoa sem pousar no terreno da justiça.
Autoengano.

Julgamos os efeitos, desconhecendo as causas.
E, os que fazem “tais coisas”? – redargue o inquiridor da vida alheia.
“Tais coisas” são o abismo de nossas próprias quedas no passado, ou o silencioso e sutil convite do presente que nos chega pela hora vazia, sem que atentemos sobre os deslizes do verbo condenatório.
E nos comprometemos diante da lei...

“Fazendo-as tu” o que apontas no outro, pretendes qual medida pra ti mesmo?
A quem muito ama, muito se perdoa, quem pouco ama, pouco se perdoa.
Sentença do tribunal divino...
Onde está o justo?!
Reivindica o homem para si mesmo o direito sem o dever.
Concede generosas parcelas de permissão arbitrária aos seus desatinos.
Mas, entre credores e devedores há algum de comum interesse: a dívida.
O credor agita-se por cobrá-la, e ao devedor interessa prorrogá-la.
Quem será o árbitro desta demanda?

“... Escaparás ao juízo de Deus?”
Sugerimos castigo, e Deus nos concede a misericórdia!
Diante da justiça divina não somos nem credores, nem devedores:
Somos filhos.
E os filhos, Deus-Pai conduz com o Amor que educa.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

JUÍZO


“E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem”.


(ROMANOS, 2; 2)


Juízo: capacidade de discernir.

Juízo: ato de examinar.

Entre o discernimento e o exame está o fato.
E o que determina o fato?
A realidade dos acontecimentos.
E quem os retratará fielmente? O homem?
A criatura humana é suscetível de erro.
Portanto, todo juízo humano é parcial.
Pois, o que vemos, vemos em parte, e não face a face.
Juízo falho, apreciação equivocada.
Mas, sem a distinção do bem e do mal, do certo e do errado, como definir um caminho? De que forma nos reorientar e auxiliar os que carecem de rota segura diante da vida?

Precisamos situar onde está o justo juízo!

“E bem sabemos que juízo de Deus é segundo a verdade...”

Eis, a diretriz.

Não nos bastará, no entanto, saber onde localizá-lo.
Indaguemos: Como buscá-lo?
O sábio estuda as leis da ciência. O homem de bem estuda as leis morais.
Sapiência nem sempre caminha com a bondade. Portanto, para além da sapiência humana, busquemos a sabedoria divina.
Deus se revela em sua obra. E o homem é a obra insuperável do Criador.
Ao homem foi dada a capacidade de discernir, avaliar, examinar... com amor!

É pelo amor que nos distinguimos uns dos outros.

Uns por juízos humanos, imperfeitos e falíveis, outros por sintonia com o juízo divino, externando a bondade que educa, na corrigenda que eleva.