domingo, 27 de abril de 2014

NA PRESENÇA DE FESTO, APELO PARA CÉSAR



“(...) Estou perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado; não fiz agravo algum aos judeus, como tu muito bem sabes (...)”.
 (Atos, 25; 1-27).



Ainda que se submeta à autoridade humana, o cristão deve proclamar que justa, somente é a lei divina.


Subiu, pois, Pórcio Festo de Cesaréia a Jerusalém.
Diante dele foram o sumo sacerdote e os principais do templo. Os judeus queriam que o governador Festo trouxesse Paulo de volta para Jerusalém, a fim de armarem ciladas para matar Paulo no caminho.
Mas Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesaréia, e que em breve ele também, partiria para lá. No entanto, convidou os judeus do templo, dizendo que se Paulo cometera algum crime, que eles o acusassem no tribunal.
E, não demorando entre os judeus mais de dez dias, desceu para Cesaréia, e assentando-se no tribunal, mandou que chamassem Paulo.
E estavam presentes os principais judeus do templo que traziam contra Paulo muitas e graves acusações, que, no entanto, não podiam provar.
Paulo, em sua defesa disse que nada havia feito contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.
O governador Festo querendo agradar os judeus, pergunta a Paulo se ele queria ser julgado em Jerusalém acerca das coisas de que era acusado.
Paulo responde que estava no tribunal de César e que ali convinha ser julgado, e que agravo algum cometera contra os judeus. Pois, se algum agravo fizera, digna de morte, não recusava morrer, mas se nada fizera das coisas que o acusavam, ninguém poderia entregá-lo a eles. Paulo conclui: “... apelo para César”.
Festo, então, tendo falado com o conselho, respondeu: “Apelaste para César? Para César irás”.


Alguns dias depois, o Rei Agripa e Berenice vieram a Cesaréia, saudar Festo. Ficaram por ali, muitos dias, e Festo contou ao rei o caso de Paulo, um certo homem deixado por Félix, preso.
Dizia que os judeus tinham contra Paulo algumas questões acerca de sua superstição, e de um tal Jesus, defunto, que Paulo afirmava viver.
Paulo, porém, apelara para Augusto, e Festo mandara que ele aguardasse até que o enviasse para César.
O rei Agripa desejou ouvir Paulo, e Festo prometera: “Amanhã o ouvirás”.
No dia seguinte, entraram no auditório o Rei Agripa, Berenice, os tribunos e os principais da cidade, sendo trazido Paulo por mandado de Festo.
Festo apresenta Paulo diante do rei Agripa, dizendo que não achava nele coisa alguma digna de morte, no entanto os judeus clamavam por sua condenação. Como Paulo apelara para César, o trouxera na presença do rei, para que depois de interrogado, tivesse como avaliá-lo.
Entendia o governador Festo que seria contra a razão enviar um preso, e não notificar contra ele as acusações.



Sem fugir de suas responsabilidades diante dos homens, deve o cristão saber que nada escapa a justiça divina. Se não causamos mal a outrem, a consciência nos liberta, ainda que os homens nos condenem. Somente somos cativos se estivermos no erro, ainda que pelos homens não sejamos condenados, pois neste caso, Deus é o juiz da causa.

domingo, 20 de abril de 2014

NO TRIBUNAL DE FÉLIX




“(...) E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens (...)”.

 (Atos, 24; 1-27).
 

Quando julgados pelos homens, os cristãos devem comparecer com o testemunho da boa consciência.


Depois de cinco dias, Ananias, o sumo sacerdote compareceu diante do governador Félix, acompanhado de anciãos e de um certo orador chamado Tertulo.

Tertulo acusou Paulo de seduzir os judeus de todo o mundo com as ideias da seita dos nazarenos. Profanando o templo, sendo por isso preso e levado a julgamento.

Os anciãos judeus que compareciam ao tribunal também confirmavam as acusações do orador.

Paulo pede a palavra para responder as acusações. Conta que não há mais de doze dias tinha subido até Jerusalém para adorar no templo. Que não foi visto amotinando o povo nas sinagogas ou na cidade. Portanto não havia provas contra ele.

Mas, confessa o seguinte: Que segundo o Caminho que chamavam de seita, servia a Deus, crendo em tudo que estava escrito na lei e nos profetas. Tendo esperança, assim como fora ensinado em toda Escritura que há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos como dos injustos.

E por isto mantinha sua consciência sem ofensa diante de Deus e dos homens.

Tendo comparecido ao templo para trazer ofertas e esmolas, e não para fazer ajuntamentos e alvoroços junto aos homens.

Pede para os judeus acusadores apontarem qual foi o mal que causara, tendo já comparecido até mesmo diante do conselho da sinagoga.

No entanto, confirma que estando entre eles clamava: Era julgado por eles acerca da ressurreição dos mortos!

O governador Félix, após ouvir Paulo, diz que desejava se informar melhor junto ao tribuno Lísias sobre as ideias do Caminho, e que só então tomaria inteiro conhecimento da questão.

Mandou que o centurião guardasse Paulo na prisão, tratando-o com brandura, e que não fosse impedido de ter contato com aqueles que o visitassem.

Dias depois, o governador Félix estando com sua mulher, Drusila, que era judia, mandou chamar Paulo para que falasse acerca de sua fé em Cristo. Paulo lhes falou sobre a justiça, a temperança e o juízo vindouro, ao que Félix respondeu espavorido que Paulo podia voltar para a prisão, naquele momento, e que depois tendo oportunidade, o chamaria.

Mas, Félix esperava que Paulo lhe oferecesse dinheiro para ser solto, e por isto, o chamou muitas vezes, e falava com ele.

Passados dois anos, Félix foi sucedido pelo governador Pórcio Festo, e querendo Félix agradar aos judeus, manteve Paulo preso.

 

Diante dos tribunais humanos o cristão comparece com o argumento da boa palavra; evocando em seu íntimo a justiça divina para manter-se íntegro e incorruptível em face dos desmandos do mundo.

domingo, 13 de abril de 2014

ÂNIMO




“(...) E, na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma (...)”.

 (Atos, 23; 1-35).

 
Diante da rejeição, da perseguição e das ciladas dos adversários do evangelho a melhor resposta é o bom ânimo .
 
No sinédrio, diante do conselho, Paulo diz aos sacerdotes judeus que tem andado diante de Deus com toda a boa consciência.
Ananias, o sumo sacerdote, no entanto, pede àqueles que estavam junto de Paulo, para que o ferissem na boca.
Agredido, Paulo clama pela justiça da lei. E é indagado se estava a injuriar o sumo sacerdote.
O apóstolo relembra que o cristão deve respeitar as autoridades constituídas, pois não seriam autoridades diante dos homens, se Deus não o quisesse.
Sabendo, Paulo que o conselho estava dividido em suas opiniões acerca da ressurreição, pois, os saduceus não acreditavam nem em anjo, nem em espírito, nem na ressurreição, mas os fariseus reconheciam tudo isto; Paulo relembra sua condição de fariseu, e diz que pela esperança da ressurreição era ele julgado naquele momento.
Houve grande dissensão no conselho dos sacerdotes, e os escribas da parte dos fariseus diziam não encontrar nenhum mal naquele homem.
O tribuno romano temendo que Paulo fosse despedaçado pela multidão ordenou que o apóstolo fosse levado do meio deles pelos soldados e colocado na fortaleza.
Na noite seguinte, apresenta-se o Senhor a Paulo, e lhe pede ânimo, para permanecer fiel ao testemunho da boa nova.
 
Diante da contradição das opiniões humanas, deve o cristão firmar testemunho em torno dos mandamentos de Deus, pois são estes os ordenamentos da boa consciência.
 
Os judeus fizeram uma conspiração, jurando não comer, nem beber enquanto não matassem Paulo. E eram mais de quarenta homens.
Combinaram com os principais dos sacerdotes e anciãos para recorrerem junto ao tribuno romano (Cláudio Lísias), para que Paulo fosse levado diante deles para se explicar novamente, no entanto, eles o aguardavam com uma cilada para matá-lo.
O filho da irmã de Paulo, tendo ouvido sobre a cilada, entrou na fortaleza e informou Paulo sobre o assunto. O apóstolo chamou o centurião romano pedindo para que levasse o jovem diante do tribuno, pois tinha o que comunicar. Diante do tribuno, o jovem confirma a cilada que estava prepara pelos judeus para matar Paulo.
O tribuno ouviu e pediu ao jovem que não contasse a ninguém que havia dito isto a ele. Chama dois centuriões e ordena que aprontassem para às três horas duzentos soldados, setenta de cavalo, e duzentos lanceiros para levarem Paulo até Cesaréia.
O tribuno, Cláudio Lísias, escreve uma carta dirigida ao presidente Félix pedindo que recebesse Paulo em Cesaréia, e o julgasse, ouvindo o que tinha a dizer em sua defesa, e que também ouvisse os seus acusadores. Entendendo, no entanto, que não havia em Paulo nenhum crime digno de morte, ou de prisão.
Trazido pelos soldados, Paulo é levado de noite à Antipátride. No dia seguinte, os soldados, de cavalo, o levaram até a fortaleza.
Chegando a Cesaréia, entregaram a carta do tribuno Cláudia Lísias para o presidente Félix, que quis saber de que província eram. Informado de que eram da Cilícia, diz que ouviria Paulo quando chegassem também os seus acusadores. E mandou que Paulo fosse guardado no pretório de Herodes.
 
Perante os tribunais humanos, o cristão reconhece as autoridades transitórias, porém sabe que só um é o Justo Juiz (Deus, Pai), e que o seu Defensor em toda e qualquer causa é Jesus Cristo (Filho).
Se com Eles estamos, justificados somos!
 
 

domingo, 6 de abril de 2014

DISCURSO AOS HEBREUS




“(...) Porque hás de ser testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido (...)”.

 (Atos, 22; 1-29).
 

Paulo exemplifica a coragem da fé, testemunhando Cristo, e sendo rejeitado, diante dos seus irmãos de raça.


Em pé na escadaria, Paulo fez sinal com a mão ao povo, e se fez um grande silêncio, pois falando em língua hebraica, o apóstolo iniciou seu discurso diante dos judeus.

Só os mestres da raça, falavam publicamente em língua hebraica.

 

Paulo descreve-se: Varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído na verdade da lei de Moisés, zeloso para com Deus.

Seu zelo excedia a razão, e como toda fé cega, manifestava-se em fanatismo e intolerância diante dos que pensavam de outra forma.

 

Perseguidor dos homens do Caminho (discípulos de Jesus) prendia e jogava na prisão tanto homens, quanto mulheres.

Recebendo cartas de autorização junto ao sumo sacerdote e o conselho dos anciãos em Jerusalém, foi em direção a Damasco, a fim de trazer presos os discípulos que ali estivessem, para que fossem castigados.

No caminho para Damasco, quase ao meio dia, o rodeou uma grande luz do céu. Caído por terra, ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”.

Queria saber quem era. E a voz lhe responde: “Sou Jesus, o nazareno, a quem tu persegues”.

Os que estavam com ele viram a luz, e ficaram com medo, mas não ouviram a voz.

Desejava saber o que fazer. E o Senhor Jesus lhe disse que se levantasse, fosse até Damasco, e ali tudo o que deveria fazer lhe seria dito.

Ele não via, por causa do esplendor daquela luz, e levado pela mão pelos que com ele estavam, chegou a Damasco.

Ananias, homem piedoso, discípulo de Jesus, foi ao encontro dele e o curou da temporária cegueira.

O outrora orgulhoso doutor da lei levantou-se, batizou-se, e invocando o nome de Jesus, o aceitou como o seu Senhor.

Orando no templo, Paulo foi arrebato em espírito, e ouviu Jesus que lhe dizia para sair apressadamente de Jerusalém, porque o seu testemunho não seria recebido ali.

Paulo tinha consciência de seu passado como perseguidor dos seguidores do Cristo, sendo também, o responsável pela morte de Estêvão, primeiro mártir cristão.

Então, disse-lhe, Jesus: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios (estrangeiros) de longe”.

Os judeus que acompanhavam atentamente o discurso ouviram até esta palavra. Enfurecidos, pediam a morte de Paulo.

Não estavam prontos para aceitar a fé em Cristo. Tal qual o antigo doutor da lei, estavam presos a letra que mata, e distantes do espírito que vivifica. Rejeitaram o discurso de Paulo, rejeitaram o Cristo.

 

O tribuno percebendo toda aquela agitação do povo mandou que levassem Paulo para a fortaleza, pedindo para que o interrogassem, e o açoitassem para que ele confessasse, o porquê os judeus clamavam, desta forma, contra ele.

Os romanos não compreendiam as discussões religiosas dos judeus, e por elas não se interessavam. Mas, não queriam aquelas agitações públicas. Temiam possíveis revoluções contra o Império.

 

Paulo indaga ao centurião que o acorrentava, se era lícito açoitar um romano, sem que o mesmo fosse condenado. O centurião informou esta condição de Paulo ao tribuno, que foi indagá-lo, se de fato, era cidadão romano. Diz que conseguiu esta condição pagando por ela. Mas, Paulo que responde que era romano de nascimento. Possuía dupla cidadania: era hebreu e romano.

O tribuno teve temor, pois era ilícito acorrentar e açoitar um cidadão romano, sem que o mesmo houvesse passado por julgamento, e sido condenado.

Paulo fora rejeitado pelos irmãos da sua raça, e preso pelos romanos.

No entanto, seu testemunho permaneceu registrado nas páginas dos Atos dos apóstolos, como exemplo de fidelidade a Jesus, ainda que a sua própria vida estivesse em risco.

Daríamos a nossa própria vida por Jesus?