domingo, 26 de abril de 2015

PARA SI MESMOS



“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei...”.


(ROMANOS, 2; 14)


Somos gentios...
Estrangeiros em terra herdada.
Canaã que se renova.
Não tendo lei, quem nos norteará?
Há sabedoria que nos ensina.

Canta no homem interior,
Beija-nos a face
Com a terna brisa da divina natureza
Ecos de um extramundo...
Verdades eternas.

Inquire para distinguir,
Bem e mal: relatividade humana.
Acima das cogitações, a imutável realidade.
Fazer o que é da lei, mesmo sem lei.
O arbítrio de ser o que se é.

Para si mesmos...
Em nós somos lei.
Um estar na consciência.
A voz que há de nos guiar:
O Pai que habita no filho.

Somos feitura em imagem e semelhança.


domingo, 19 de abril de 2015

JUSTOS E JUSTIFICADOS



“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados”.


(ROMANOS, 2; 13)


Ouvem a lei...
Atributo dos sentidos.
Ouvir não é escutar.
Há ouvintes de todos os matizes.
Ouvem, mas não escutam.

Saber é reconhecer códigos.
É catalogar informações.
Elencar conceitos...
O saber do mundo é um apelo ao intelecto.
A inteligência por mais desenvolvida não indica sabedoria.

Saber com Deus é compreender.
Associar informações com o existir.
Interagir a convicção com a externa convivência.
Ser é um estar no mundo eternizando uma ideia.
Idealizar é dialogar com a consciência.

Os que apenas ouvem não são justos.
Falta-lhes o envolvimento.
Fé sem obras. Morta em si mesma.
Entretêm as sensações, sem cogitar dos divinos desígnios.
Caminham nas sombras da egolatria.

Os praticantes são justificados.
Prêmio sem mérito. Comunhão gratuita.
Arbítrio servil e liberto. Praticar é compreender envolvendo-se.
O compreender com Deus é um mergulho na alma:
Justos e justificados.


domingo, 12 de abril de 2015

SEM LEI, SOB A LEI




“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados”.


(ROMANOS, 2; 12)


Sem lei, sob a lei...
O alvo e a seta.
Somos seta.
Deus, o alvo.
Errar o alvo:
Pecado: afastar-se.

Mas, não há seta lançada sem arqueiro.
Nossa mente lança setas (pensamentos).
Quem produz o pensar?
Eu: Espírito.
Onde está sua gênese?
Deus, o alvo.

Sem lei, mas ciente.
Deus habita no homem interior.
A lei é externa manifestação:
Imutável Providência.
Ciência do Infinito.
O perecer da alma é perder-se de si.

Em si está a Lei.
O alvo antecede a seta.
Deus, o alvo.
Somos seta.
Sob a lei somos relembrados.
Sob lei somos julgados.

Responsabilidade é a aliança entre o amor e a liberdade.

domingo, 5 de abril de 2015

SEM DISTINÇÃO




“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas”.


(ROMANOS, 2; 11)


Acepção: preferência, predileção.
Sem acepção de pessoas...
Sem distinção.
Quem elege os seus?
Os homens? Sob qual critério?

A conveniência é a mãe dos desmandos.
Toda exclusão gera favorecimento.
E todo favor sugere merecimento.
Mérito...
Com qual deles nos apresentaremos?

Sem acepção de pessoas.
A graça é dom gratuito. Vem do alto, e não dos homens.
Oferecer obras é traficar com o divino.
O Criador não nos pede perfeição,
mas se felicita com a boa vontade.

Há sabedoria na igualdade.
Lei que há tudo rege...
Justiça é poder ser o que se é.
A única medida que nos desiguala:
Messe pelo amor.

Coração ofertado é sentimento resgatado.
O abismo da alma é apartar-se de si.
Porta que estreita para libertar.
Não somos cativos, somos filhos.
Sem distinção.