Repousa os pés à beira-mar
Lança procura à dança das águas
Deserta tarde, o sopro da concha
Celeste imagem
apresenta-se vaidosa ao espelho anil
Lívida pedra, pedra de encosto
Pétala-rosa,
acariciada pelo confuso visitante
Unge cicatrizes, água matriarca
Musgo, alga, lama acumulada
São peixes respirando tal ardor
Sereia, deusa serpente, recorda a beleza ostensiva
Retêm o espanto,
alhures afoga o sarcasmo
Despede-se: beijando o mar em lágrimas
NOTA DO AUTOR:
A introspecção como recurso de autodescobrimento.
Este é o tema recorrente dos símbolos dispostos no texto acima.
O mar remete a consciência imersa em memórias e sensações.
O visitante é a persona do texto, que transita entre os símbolos, na busca de entendimento e definição.
A integração do mar (consciência) com o visitante (persona) sintetiza-se exposta no verso final: "Despede-se: beijando o mar em lágrimas".
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