domingo, 14 de outubro de 2012

BENJAMIM
























Voltou meu filho

Neste dia doei 

o que de mais nobre possuía: afeto

A roupa maltrapilha,

os lábios secos,

o olhar arrependido



Voltou meu filho

Com o manto

cobri sua penúria

Com os braços

protegi seu medo

Com os olhos ofereci refúgio



Voltou meu filho

Ao pródigo não louvei em festa

Afaguei a dor

e renunciei ao patriarca

O apreço anunciava coração fraterno,

pois éramos somente um na tarde fidalga




NOTA DO AUTOR:


Benjamim: o filho preferido ou o mais moço.

A paternidade e a filiação exposta além dos vínculos corporais...

A adesão humana à afinidade espontânea, natural.

A irmandade que nos faz tão semelhantes e tão desiguais...

O Pai Criador engendra no poente o homem do amanhã.









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