domingo, 12 de maio de 2013

FOLHA OU FRUTO?






“(...) E vendo uma figueira a beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas; e disse-lhe: Nunca, jamais nasça de ti frutos, no mesmo instante secou a figueira...”.
 (Mateus, 21; 18-22.) – (Lucas, 13; 6-9)
 
A parábola da figueira estéril é um alerta contra as ilusões da aparência.
 

Tenho fome...
Dá-me de comer!
A figueira à beira do caminho é esperança de provimento.
Tenho fome...
Dá-me de comer!
No entanto, na figueira há somente folhas. Nem um único fruto?!
Figueira estéril... Anomalia vegetal!
Permaneço com fome.
E se ao invés de frutos procurasse palavras?
Alimentar o corpo com a seiva do espírito.
Há palavras na figueira para prover a alma?
Não... a figueira é estéril!
Figueira sem palavras... Anomalia humana!
Sem frutos, sem palavras... apenas folhas.
Folhas: órgãos apendiculares, de variadas formas, geralmente planas e de cor verde, se desenvolvem no caule e nos ramos das plantas.
Tem a folha a sua função...
Permite que a planta transpire, realiza trocas gasosas e capta a luz solar.
Foto sintetiza...
Libera oxigênio.
Tem a folha a sua função...
Mas, a folha não alimenta!
E, ainda tenho fome...
Dá-me de comer!
Tivesse a figueira fruto...
Deriva-se do ovário das flores. Protegem a semente em desenvolvimento.
E o fruto, este sim... alimenta!
Figueira estéril, figueira sem frutos.
“Nunca, jamais nasça de ti frutos,
no mesmo instante secou a figueira”.
Como pode secar a figueira repentinamente?
Onde há fé não há dúvida.
Pedi e recebereis.
A folha embeleza, ornamenta, faz vista aos olhos. Mas... não alimenta!
Simboliza a figueira a esterilidade, a ausência da obra, sem a qual a árvore (vegetal ou homem) perde finalidade. E sem finalidade os meios perdem sentido.
E sem sentido...
Aguarda-a o fogo da expiação e da prova!
Só no amor e com o amor damos frutos duradouros que saciam a fome de ser.
E ser é o que se quer. Ser o que se é.
Fora isto... figueira estéril!
Só folhas... sem frutos.



 

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