domingo, 13 de maio de 2012

PAUSA E SILÊNCIO












Onde anda a onda que levou Maria?
Em pratos prontos apresentados na triste ceia?
Na chuva repentina banhando o calor, o verão?
Esteja talvez, Maria, mais próxima da minha lógica
Erguendo o véu da procura desmedida:
- Chove Maria em mim!

Soletro as letras do teu nome
Em cantigas rodam nas rodas, Marias que somem
Reencontro-a em castos rostos pueris,
em vagas lembranças de aprendiz:
Aprendiz de ti.

Difere minha dor
da amargura da saudade
Em verdade, Maria é a procura
da suavidade de reescrevê-la

No peito dilacerado escorrem cálidas farpas
Sustento hospedeiros braços, esperando-te lisonjeiros
Guardam minhas retinas o fulgor
ímpar-menina da tua pele morena

Maria caminhas faceira por um mar de estrelas
lançadas tão somente para agradar-te a beleza
Amo-te com leveza, pois renuncio ao festejo permanente
Desejo-te com ternura:
Os campos Elísios da boa ventura


NOTA DO AUTOR:
O autor se expressa em torno de uma figura central: Maria.
A musa é procurada, soletrada, reencontrada, esperada, amada, renunciada e desejada pela voz poética que a idealiza como símbolo do repouso, da infância feliz, casta, suave.
Ao mesmo tempo, Maria é projetada como um ideal de beleza que leva o poeta a renúncia aos seus desejos, para resguardar a bem aventurança de sua amada, na intenção de mantê-la inatingível para adorá-la. 



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