domingo, 27 de maio de 2012

SONHO E REENCONTRO










Ouço a melodia da canção interior
evocando-me ao encontro com a noite
que repousa sobre minhas pálpebras,
determinadas a se fecharem
Entrega-se o corpo à sua vontade

A alma exilada
liberta-se e entrega-se
ao infinito,
com o brilho que abriga
cada indivíduo

Reencontra velhos amigos: recompensa para a alma aflita
Clama por sábios conselhos,
anseios pela universal comunhão
Causa repulsa a humana contradição
Expõe a pueril desdita: imperfeição prevista!

Caminho percorrido, retorno inevitável
A matéria reabre a sua cela,
em inércia temporária
trancafia seu exilado
Lentamente os olhos se abrem

Desperta o corpo para o amanhecer do dia
A alma é apoderada por uma paz
intuitiva
Dispõe-se a continuidade
da estrada-vida...


NOTA DO AUTOR:

O adormecer do corpo é tratado como oportunidade de libertação para a alma exilada. O reencontro com "velhos amigos" é clara referência à pré-existência e a imortalidade da alma. Sem intenção de doutrinar, no entanto, o texto estrutura-se sobre a intenção de demonstrar que o período de sono, necessário ao descanso orgânico do corpo, serve à alma, como período de refazimento espiritual, quando a individualidade imortal recebe instruções, aconselhamentos e incentivos para a continuidade de suas atividades, no retorno da alma ao corpo, para o desempenho de suas tarefas sobre a Terra. O sonho, por vezes, representará simbolicamente as impressões da mente sobre este período de repouso material.   

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