domingo, 23 de dezembro de 2012

A MESSALINA

 
 
 

O verso pálido que exala
 
a prostituta
 
O leito, o esperma, o cálice
 
de cicuta
 
 
(Fecunda o chão, a semente
 
da dúvida)
 
 
Astuta, a meretriz deseja contemplar
 
o aprendiz
 
Sedutora, atrai a inocência feliz
 
e acolhedora
 
 
Vago e ermo, o tempo crava o seu punhal
 
e sorri
 
Vaporosa, a fêmea transparece
 
oniricamente
 
 
Somente as horas passadas reabilitam
 
a memória
 
Fugaz e luminosa, a vida intervém:
 
serena e transitória
 
 
 
NOTA DO AUTOR:
 
 
Retrato de um tempo: A coisificação do ser e a humanização das coisas.
 
Há mercantilização na ânima e no inanimado.
 
Prefiro a assertiva de um certo Rabi galileu: "Em verdade vos digo, que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino dos céus." (Mateus 21; 31)
 
 
 
 
 


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