O verso pálido que exala
a prostituta
O leito, o esperma, o cálice
de cicuta
(Fecunda o chão, a semente
da dúvida)
Astuta, a meretriz deseja contemplar
o aprendiz
Sedutora, atrai a inocência feliz
e acolhedora
Vago e ermo, o tempo crava o seu punhal
e sorri
Vaporosa, a fêmea transparece
oniricamente
Somente as horas passadas reabilitam
a memória
Fugaz e luminosa, a vida intervém:
serena e transitória
NOTA DO AUTOR:
Retrato de um tempo: A coisificação do ser e a humanização das coisas.
Há mercantilização na ânima e no inanimado.
Prefiro a assertiva de um certo Rabi galileu: "Em verdade vos digo, que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino dos céus." (Mateus 21; 31)
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