domingo, 2 de dezembro de 2012

MEMÓRIAS: POEIRA...



 
 


Artífices iniciantes?!

Mares flutuam em minha mente

O vaso vermelho quebrado sobre o beiral

ofusca o brilho benemérito dos lírios


Suspira a donzela no vilarejo distante

Atrai-se para o bárbaro furor forasteiro

Estrangeiro, em terras vizinhas

recompõe o sabor da conquista


Coloniza a desabitação dos dias findos

Chuva serena,

troveja no mangue... meu sertão!

Caranguejos, filhos dos escombros


Tênues consolações achegam-se aos surdos ouvidos

Essa mão que acaricia a face morena

Esse sol alquebrado das colinas

Algures, um sino badala: religiosamente...



NOTA DO AUTOR:


A memória como um filtro de percepções fragmentadas.

O fragmento cumpre seu papel de impressionar a inteligência racional.

A razão por não se bastar transcende à intuição.

A intuição sente os símbolos e reelabora o pensamento.

O pensamento manifesta-se em palavras: expressão material do indefinível.

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