Transfiro para o espelho
um ermo sorriso bandoleiro
Reconheço chagas escamoteadas
disfarço intenções inconfessadas
Um breve relato involuntário
desfavorece a ideia ordenada
A cruz arremessa ao calvário
a consciência infame, conspurcada
Respiro o odor cadavérico
da dor lanhada, pungente
Contorno o rosto macérrimo
com dedos lânguidos, solventes
Confesso o emaranhado momento
consternado, retraio o lamento
O ganido ecoa angustiado
um grito solenemente fadado
Indelével em cinzas reduz
o ultrajado orgulho conduz...
NOTA DO AUTOR:
Externar sensações através de espelhamentos e fragmentos de memória é um exercício de autoconsciência.
Há mais ousadia no ato de confessar do que na intenção de remir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário