domingo, 17 de março de 2013

ENQUANTO DORMIAM OS HOMENS...




“Mas enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se... Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da ceifa direis aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para os queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro”.

 (Mateus 13; 24-30)
 

Jesus ensina a parábola do joio, alertando seus discípulos sobre a adulteração da verdade, e a necessidade de discernir o bom fruto no momento da colheita.
 

O Reino dos Céus é semelhante a...
Ensina Jesus que o Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.
Mas, se a semente é boa, por que nasceu junto ao trigo o joio?
A resposta está na própria parábola, pois é textual a causa do crescimento do joio: “... os homens dormiam”. Semeou o joio o inimigo do próprio homem: a invigilância.
Semeou e retirou-se. Como em todos os tempos, e em todas as épocas, a semeadura do joio ocorre na “hora morta”. Quando o homem se envaidece da boa semente, contando, desde já, com a colheita farta, os celeiros cheios. Despreocupado e orgulhoso do seu plantio.
 
Enquanto dormiam os homens...
O joio é inicialmente imperceptível. A erva cresce e dá frutos. Confunde-se com a boa semente. Surpreende o homem que piamente acredita no proveitoso plantio.
“Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Pois donde vem o joio?”
O joio está para o trigo assim como as ações humanas estão para a Verdade.
E a Verdade? Ora, a Verdade não pode ser opinião humana, pois está na Lei divina.
A verdade não está nas doutrinas de interpretações parciais, nas vaidosas disputas do poder, na intolerância dos dogmas, no interminável jogo de interesses e conveniências.
A verdade está integralmente na Lei de Justiça, Amor e Caridade.
Mas, se conscientemente sabemos disto, de onde vem o joio?
Responde o Senhor da parábola: “Homem inimigo é quem fez isso”.
A Natureza imperfeita do homem é avessa a verdade. Ela o incomoda, o aborrece, porque sabe que nela encontrará a condenação dos seus atos.
Por isto, cria o homem seus subterfúgios, suas justificativas. Falsifica a Lei, adultera os mandamentos. Ilude-se para sobreviver a si mesmo. Embriaga-se no egoísmo, e entorpece a consciência.
 
Enquanto dormiam os homens...
Quando percebe o seu engano, querem os homens arrancar o joio. Voltam-se violentamente para se livrar do mal que os envergonha, expondo suas fragilidades.
A sabedoria divina, no entanto, intervém. Conhecendo a impulsividade humana, aconselha a parábola, a não arrancar o joio: “... para que não suceda, que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele o trigo”. Tendemos a renegar tudo aquilo que não compreendemos. O que causa nossa queda, também resulta em redenção.
Que cresçam juntos o joio e o trigo até o momento da ceifa!
E no tempo propício, na hora da colheita, o Senhor do campo dirá aos ceifeiros: “Ajuntai primeiro o joio e ataio-o em feixes para os queimar”. O joio tem dias contados, é fruto da desobediência, da mente corrompida, do conluio com o mal. Ausência do Amor.
 
Enquanto dormiam os homens...
O Senhor do campo os desperta da apatia espiritual. Convoca-nos a prestação de contas.
 
Onde se esconderá o farsante?
O que fará a serpente sem o seu veneno?
Atado em feixes o que poderá o joio?
 
O Senhor do campo, por fim anuncia:
“... recolhei o trigo no meu celeiro”.
 
Após a colheita, apartado do joio, o trigo será a fartura do Reino.
Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça.


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