domingo, 22 de setembro de 2013

OBEDIÊNCIA ENGANOSA




“(...) Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos...”.

 (Lucas, 15; 11-32).
 

A parábola do filho pródigo nos mostra a caridade infinita de Deus, ensinando-nos o acolhimento sem ressalvas.
 
 
Um homem tinha dois filhos...
Um foi pródigo, o outro obediente.
O pródigo era o mais moço, e este pediu ao Pai sua parte nos bens.
O Pai repartiu seus haveres entre ambos.
De posse da sua herança, o pródigo partiu para um país longínquo.
Passou a viver de forma dissoluta.
Dissipou e consumiu todos os seus bens.
Sobrevieram tempos difíceis...
A miséria, a fome e a solidão visitaram o filho pródigo.
Caiu em si...
“Os jornaleiros de meu Pai tem fartura de pão, e eu morrendo de fome!”
“Vou ao encontro de meu Pai!”
“Pai pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado de teu filho...”
O Pai teve compaixão do filho.
O abraçou, e o beijou. O acolheu.
Pediu o Pai aos seus servos:
“Trazei ao meu filho: roupa, anel e sandálias”.
“Comamos o novilho cevado. Alegremo-nos!”
“Meu filho era morto e reviveu. Estava perdido e se achou”.
E o filho obediente?
Este ficou sabendo do retorno do seu irmão pródigo, e indignou-se.
Voltava do trabalho no campo, e ouviu a música e a dança.
Estavam em festa pelo retorno do pródigo.
O filho obediente não quis entrar na festa.
Acreditava-se injustiçado. Por tantos anos servira ao seu Pai sem transgredir seus mandamentos, e nunca teve um festejo como aquele...
A obediência era egoísmo.
Lembrai! O Pai repartira os seus haveres entre ambos.
O pródigo dissipou a herança.
E obediente o que fizera da sua parte?
Pois, se ainda vivia à custa do Pai...
Sua obediência exigia recompensa, e era incapaz de acolher.
Antes reteve os bens repartidos, para usufruir o que pertencia ao Pai.
O obediente julgara-se melhor do que o pródigo. Mas este tivera a humildade do arrependimento, e aquele era incapaz de repartir.
Dois filhos a representar duas faces humanas:
A prodigalidade e o egoísmo.
Os dois o Pai orientou.
Ao pródigo ensinou o recomeço. Ao obediente a caridade.
Regozijemo-nos, pois é assim que o Pai revive o que estava morto, e acha o que estava perdido!
Vigiemos para que nossa obediência não seja engano.
 
 


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