domingo, 6 de abril de 2014

DISCURSO AOS HEBREUS




“(...) Porque hás de ser testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido (...)”.

 (Atos, 22; 1-29).
 

Paulo exemplifica a coragem da fé, testemunhando Cristo, e sendo rejeitado, diante dos seus irmãos de raça.


Em pé na escadaria, Paulo fez sinal com a mão ao povo, e se fez um grande silêncio, pois falando em língua hebraica, o apóstolo iniciou seu discurso diante dos judeus.

Só os mestres da raça, falavam publicamente em língua hebraica.

 

Paulo descreve-se: Varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído na verdade da lei de Moisés, zeloso para com Deus.

Seu zelo excedia a razão, e como toda fé cega, manifestava-se em fanatismo e intolerância diante dos que pensavam de outra forma.

 

Perseguidor dos homens do Caminho (discípulos de Jesus) prendia e jogava na prisão tanto homens, quanto mulheres.

Recebendo cartas de autorização junto ao sumo sacerdote e o conselho dos anciãos em Jerusalém, foi em direção a Damasco, a fim de trazer presos os discípulos que ali estivessem, para que fossem castigados.

No caminho para Damasco, quase ao meio dia, o rodeou uma grande luz do céu. Caído por terra, ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”.

Queria saber quem era. E a voz lhe responde: “Sou Jesus, o nazareno, a quem tu persegues”.

Os que estavam com ele viram a luz, e ficaram com medo, mas não ouviram a voz.

Desejava saber o que fazer. E o Senhor Jesus lhe disse que se levantasse, fosse até Damasco, e ali tudo o que deveria fazer lhe seria dito.

Ele não via, por causa do esplendor daquela luz, e levado pela mão pelos que com ele estavam, chegou a Damasco.

Ananias, homem piedoso, discípulo de Jesus, foi ao encontro dele e o curou da temporária cegueira.

O outrora orgulhoso doutor da lei levantou-se, batizou-se, e invocando o nome de Jesus, o aceitou como o seu Senhor.

Orando no templo, Paulo foi arrebato em espírito, e ouviu Jesus que lhe dizia para sair apressadamente de Jerusalém, porque o seu testemunho não seria recebido ali.

Paulo tinha consciência de seu passado como perseguidor dos seguidores do Cristo, sendo também, o responsável pela morte de Estêvão, primeiro mártir cristão.

Então, disse-lhe, Jesus: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios (estrangeiros) de longe”.

Os judeus que acompanhavam atentamente o discurso ouviram até esta palavra. Enfurecidos, pediam a morte de Paulo.

Não estavam prontos para aceitar a fé em Cristo. Tal qual o antigo doutor da lei, estavam presos a letra que mata, e distantes do espírito que vivifica. Rejeitaram o discurso de Paulo, rejeitaram o Cristo.

 

O tribuno percebendo toda aquela agitação do povo mandou que levassem Paulo para a fortaleza, pedindo para que o interrogassem, e o açoitassem para que ele confessasse, o porquê os judeus clamavam, desta forma, contra ele.

Os romanos não compreendiam as discussões religiosas dos judeus, e por elas não se interessavam. Mas, não queriam aquelas agitações públicas. Temiam possíveis revoluções contra o Império.

 

Paulo indaga ao centurião que o acorrentava, se era lícito açoitar um romano, sem que o mesmo fosse condenado. O centurião informou esta condição de Paulo ao tribuno, que foi indagá-lo, se de fato, era cidadão romano. Diz que conseguiu esta condição pagando por ela. Mas, Paulo que responde que era romano de nascimento. Possuía dupla cidadania: era hebreu e romano.

O tribuno teve temor, pois era ilícito acorrentar e açoitar um cidadão romano, sem que o mesmo houvesse passado por julgamento, e sido condenado.

Paulo fora rejeitado pelos irmãos da sua raça, e preso pelos romanos.

No entanto, seu testemunho permaneceu registrado nas páginas dos Atos dos apóstolos, como exemplo de fidelidade a Jesus, ainda que a sua própria vida estivesse em risco.

Daríamos a nossa própria vida por Jesus?

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