“(...) Porque hás de ser testemunha para com todos os homens do
que tens visto e ouvido (...)”.
(Atos, 22; 1-29).
Paulo exemplifica a coragem da fé, testemunhando Cristo, e sendo
rejeitado, diante dos seus irmãos de raça.
Em pé na
escadaria, Paulo fez sinal com a mão ao povo, e se fez um grande silêncio, pois
falando em língua hebraica, o apóstolo iniciou seu discurso diante dos judeus.
Só os
mestres da raça, falavam publicamente em língua hebraica.
Paulo
descreve-se: Varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, criado nesta cidade aos
pés de Gamaliel, instruído na verdade da lei de Moisés, zeloso para com Deus.
Seu zelo
excedia a razão, e como toda fé cega, manifestava-se em fanatismo e
intolerância diante dos que pensavam de outra forma.
Perseguidor
dos homens do Caminho (discípulos de Jesus) prendia e jogava na prisão tanto
homens, quanto mulheres.
Recebendo
cartas de autorização junto ao sumo sacerdote e o conselho dos anciãos em
Jerusalém, foi em direção a Damasco, a fim de trazer presos os discípulos que
ali estivessem, para que fossem castigados.
No caminho
para Damasco, quase ao meio dia, o rodeou uma grande luz do céu. Caído por
terra, ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”.
Queria saber
quem era. E a voz lhe responde: “Sou Jesus, o nazareno, a quem tu persegues”.
Os que
estavam com ele viram a luz, e ficaram com medo, mas não ouviram a voz.
Desejava
saber o que fazer. E o Senhor Jesus lhe disse que se levantasse, fosse até
Damasco, e ali tudo o que deveria fazer lhe seria dito.
Ele não via,
por causa do esplendor daquela luz, e levado pela mão pelos que com ele
estavam, chegou a Damasco.
Ananias, homem
piedoso, discípulo de Jesus, foi ao encontro dele e o curou da temporária
cegueira.
O outrora
orgulhoso doutor da lei levantou-se, batizou-se, e invocando o nome de Jesus, o
aceitou como o seu Senhor.
Orando no
templo, Paulo foi arrebato em espírito, e ouviu Jesus que lhe dizia para sair
apressadamente de Jerusalém, porque o seu testemunho não seria recebido ali.
Paulo tinha
consciência de seu passado como perseguidor dos seguidores do Cristo, sendo
também, o responsável pela morte de Estêvão, primeiro mártir cristão.
Então,
disse-lhe, Jesus: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios (estrangeiros) de
longe”.
Os judeus
que acompanhavam atentamente o discurso ouviram até esta palavra. Enfurecidos,
pediam a morte de Paulo.
Não estavam
prontos para aceitar a fé em Cristo. Tal qual o antigo doutor da lei, estavam
presos a letra que mata, e distantes do espírito que vivifica. Rejeitaram o
discurso de Paulo, rejeitaram o Cristo.
O tribuno
percebendo toda aquela agitação do povo mandou que levassem Paulo para a fortaleza,
pedindo para que o interrogassem, e o açoitassem para que ele confessasse, o
porquê os judeus clamavam, desta forma, contra ele.
Os romanos
não compreendiam as discussões religiosas dos judeus, e por elas não se
interessavam. Mas, não queriam aquelas agitações públicas. Temiam possíveis
revoluções contra o Império.
Paulo indaga
ao centurião que o acorrentava, se era lícito açoitar um romano, sem que o
mesmo fosse condenado. O centurião informou esta condição de Paulo ao tribuno,
que foi indagá-lo, se de fato, era cidadão romano. Diz que conseguiu esta
condição pagando por ela. Mas, Paulo que responde que era romano de nascimento.
Possuía dupla cidadania: era hebreu e romano.
O tribuno
teve temor, pois era ilícito acorrentar e açoitar um cidadão romano, sem que o
mesmo houvesse passado por julgamento, e sido condenado.
Paulo fora
rejeitado pelos irmãos da sua raça, e preso pelos romanos.
No entanto,
seu testemunho permaneceu registrado nas páginas dos Atos dos apóstolos, como
exemplo de fidelidade a Jesus, ainda que a sua própria vida estivesse em risco.
Daríamos a
nossa própria vida por Jesus?
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