domingo, 11 de maio de 2014

VIAGEM A ROMA: NAUFRÁGIO




“(...) Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo (...)”.

 (Atos, 27; 1-44).
 

Diante dos inevitáveis naufrágios provacionais da existência tenhamos ânimo firme para prosseguir.



Determinou-se que Paulo e outros presos navegariam até a Itália. E foram entregues a um centurião chamado Júlio, da coorte augusta.

Embargados navegaram pelos lugares da costa da Ásia, estando com eles Aristarco, macedônio de Tessalônica.

Chegando no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu que fosse ver os amigos.

Partindo dali, foram navegando para Chipre, porque os ventos eram contrários. Tendo atravessado o mar, ao longo da Cilícia e da Panfília, chegaram a Mirra, na Lícia. Encontrando um navio de Alexandria que navegava para a Itália, o centurião os fez embarcar nele.

Navegando muitos dias vagarosamente, chegando defronte a Cnido, não permitiu um vento irem adiante, prosseguindo abaixo de Creta, junto de Salmone. Chegando a um lugar chamado Bons Portos, perto da cidade de Laséia.

Passado muito tempo e já sendo perigosa a navegação, Paulo os alertava para os riscos da viagem. Mas, o centurião acreditava mais no piloto e no mestre do que em Paulo.

E partindo dali intentavam chegar a Fênice, que é um porto de Creta.

Soprando o vento sul brandamente, fazendo-se de vela, o navio costeou Creta. Mas não muito tempo depois um novo vento arrebatou o navio, e não tendo como navegar contra o vento, correu-se abaixo de uma ilha chamada Clauda. E levados para cima, temendo darem à costa na Sirte, amainaram as velas e foram à toa.

Andando agitados por uma veemente tempestade, aliviaram o navio no dia seguinte. E ao terceiro dia, lançaram com as próprias mãos a armação do navio ao mar.

Não aparecendo há dias, nem sol nem estrelas, e caindo uma grande tempestade, viram-se sem esperança de se salvarem.

Já há muitos dias sem comer, Paulo advertiu que se o tivessem ouvido não teriam ido a Creta, evitando os perigos em que se encontravam. Mas, consolava-os, pedindo para que tivessem confiança, pois nenhum deles se perderia, a não ser o navio.

Paulo revelou que naquela mesma noite um anjo de Deus lhe dissera isto. Que a viagem seria concluída, e que nenhum dos tripulantes pereceria.

Na décima quarta noite, impelidos de uma para a outra banda do mar Adriático, lá pela meia-noite, suspeitaram que estavam próximos de alguma terra. Lançaram o prumo e acharam dez braças, e mais adiante lançaram novamente o prumo e acharam mais quinze braças.

Temendo bater nos rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, e desejavam que viesse o dia.

E como já era o décimo quarto dia, e ainda não tinham comido, Paulo os exortava a alimentarem - se, confirmando que nem um cabelo cairia da cairia de nenhum deles.

E, dito isto, repartiu o pão, deu graças a Deus na presença de todos, e começou a comer.

E eram ao todo no navio duzentas e setenta e seis almas.

Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. E já sendo dia, não reconheceram a terra, enxergaram, no entanto, uma enseada que tinha praia e consultaram-se para encalhar nela o navio. Levantaram âncoras, lançaram-nas ao mar, e também as amarras do leme, e alçando a vela, dirigiram-se para a praia. Encalharam o navio, fixaram a proa, mas a popa se abria com a força das ondas.

Os soldados tiveram a ideia de matar os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado.

O centurião querendo salvar a Paulo convenceu os soldados a não matarem os presos. Que os que pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar e se salvassem em terra. E os demais, uns em tábuas, outros em coisas do navio.

E desta forma aconteceu, e todos chegaram a terra, a salvos.

 

Entre provas e tribulações somos convocados a atravessar o mar das aflições para aportarmos na terra segura da paz do Cristo, que nos consola, orienta e renova; fazendo das tempestades e naufrágios da vida, tábuas de salvação pela fé que opera pelo amor.

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