domingo, 29 de abril de 2012

CRÔNICA DE UM JOVEM VELHO NOVO





O homem velho parado por instante
observa o desfile da ambicionada juventude:
Corpos esbeltos, rostos sorridentes
parecem insultos decorrentes do tempo ingrato

O inato sentimento de poder,
parece não mais importar
Como se a dor de outrora fora substituída por outra:
Arrependimento

O homem velho já não desperdiça seu tempo
têm urgência de viver
Aproveita cada suspiro, acaricia cada palavra,
aposta no beijo esquecido

O homem velho tardou em amanhecer o real sentido
Enquanto, seus olhos cansados vão se fechando, pedindo abrigo
Lembra-se de sussurrar em abafado gemido:
"Esperança, herança dos aflitos."


NOTA DO AUTOR:

Neste texto os olhos do homem velho representam a perspectiva do cronista em interpretar o mundo externo, que se mostra a ele impactante, contraditório e ao mesmo tempo libertador.
As impressões da personagem projetam-se em imagens objetivas, e são interiorizadas em seu subjetivismo de rememoração e auto-análise.
O homem velho ambiciona encontrar nas experiências distantes e não vividas, um estímulo para compreender, que a existência, ainda que breve, traz sempre consigo uma intenção de continuidade.

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