domingo, 15 de abril de 2012

ROSA PÚRPURA PROSA






A rosa despetalada,
jogada no canto do quarto
ao lado do curto poema rabiscado
delata a noite sem sono
Prosaica rosa aos olhos de outrem

"Olhai os lírios do campo", meu caro rapaz,
e descobrirás o assombro da nossa presunção
Ecoa o canto pelos ares
Apesar dos pesares sois o encanto
Rosa despetalada embrulhada num manto

Não vistes um milagre, e no entanto,
acrediteis além do que vistes
Abriste o caminho para ti

Tão logo a vi, logo percebi
que não eras, pois sois o encanto
Rosa despetalada de triste acalanto


NOTA DO AUTOR:

O texto remete o leitor a imagem recorrente da rosa, que simboliza uma desilusão presente e não superada. No entanto, a voz poética atua como uma memória de fatos passados, recapitulando entre o sonho e a realidade, apesar da melancolia, uma esperança de que a própria rosa como bela e sugestiva imagem supere a tristeza pelo encantamento da sua presença.

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