"As mãos amarradas,
as costas açoitadas,
um grito: piedade!"
Ouve-se um bramido,
nas ruas um pedido
de vera liberdade
Vozes ancestrais,
da África brasilis
clamam findar a nova senzala
Não mais o sangue,
a corrente,
o chicote
A exclusão define a sorte
do povo raiz
da latina nação
Não separe na cor
o que a dor já uniu
Hasteia-se a bandeira:
Ignorância não mais!
Agrupam-se culturas, canções e tambores
sob a justiça austera... há paz!
NOTA DO AUTOR:
Romper com o "apartheid" (segregação) cultural imposto e passivamente aceito por grande parcela dos brasileiros que desconhecem ou se mostram indiferentes a história de seu país, as suas origens, sua cultura, seus destinos. Adotando um modelo padrão, massificado, de culto as nulidades, renunciamos ao sagrado direito de raciocinar e decidir com alguma independência.
Não intenciono um nostálgico discurso nacionalista para defender algum novo projeto-modelo de contracultura.
Somente convido o leitor a revisitar as raízes brasileiras como um processo de identificação com a nossa originalidade criativa e não padronizada, indefinível, pois genuína, verdadeira.
Sábio é aquele que descobre tesouros enterrados sob os seus próprios pés.
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