domingo, 12 de agosto de 2012

SENZALAS MODERNAS






"As mãos amarradas,
as costas açoitadas,
um grito: piedade!"



Ouve-se um bramido,

nas ruas um pedido

de vera liberdade

Vozes ancestrais,

da África brasilis

clamam findar a nova senzala


Não mais o sangue,

a corrente,

o chicote

A exclusão define a sorte

do povo raiz

da latina nação


Não separe na cor

o que a dor já uniu

Hasteia-se a bandeira:

Ignorância não mais!

Agrupam-se culturas, canções e tambores

sob a justiça austera... há paz!




NOTA DO AUTOR:


Romper com o "apartheid" (segregação) cultural imposto e passivamente aceito por grande parcela dos brasileiros que desconhecem ou se mostram indiferentes a história de seu país, as suas origens, sua cultura, seus destinos. Adotando um modelo padrão, massificado, de culto as nulidades, renunciamos ao sagrado direito de raciocinar e decidir com alguma independência.

Não intenciono um nostálgico discurso nacionalista para defender algum novo projeto-modelo de contracultura.

Somente convido o leitor a revisitar as raízes brasileiras como um processo de identificação com a nossa originalidade criativa e não padronizada, indefinível, pois genuína, verdadeira.

Sábio é aquele que descobre tesouros enterrados sob os seus próprios pés.






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