domingo, 19 de agosto de 2012

TORRENTE TRAVESSIA









Recolho em breves instantes
palavras tingidas
no azul-oceano-vida
O redemoinho dos repetidos dias,
transpõe o espelho translúcido


O manto, a espada, a coroa...
Descortino a paisagem, a miragem, o crepúsculo
Não demora vir o canto sereno da noite
Cansado de batalhas sem vencedores,
de lâminas retalhando a esmo


Componho ao som de grilos,
versos plácidos
sem melodia gratuita
Salto a veia, ostento fecundo
o brotar da dúvida


Traduzo a canção navegante:
"No barco havia redes
no silêncio, só: o mar"
A manhã abriu em luz a sua presença
e o galo anunciou tácito a novidade



NOTA DO AUTOR:

A vontade de transcender, ir além. Descobrir significados diante das imagens que se apresentam ao olhar lírico da voz poema.

A realidade temporal, imediata passa à um plano secundário. Convém fazer a travessia ao encontro do vago, do impreciso, do simbolismo lúdico.

A mente racional ausenta-se para dar vazão ao sentir intuitivo.

A novidade consiste em saber-se uno diante da dispersão.

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