domingo, 11 de novembro de 2012

VENENO DA RAÇA


 




Já sangrei minha dor
 
Provei o temor do perigo
 
Degustei o vinho proibido
 
Ganhei, perdi, busquei abrigo
 
 
Aflitos, sós: são sóis de sãos
 
Derrama cálices lunares crescentes
 
Inclassificáveis formas de ser
 
Domina o fascínio da serpente
 
 
Ausente sentido infinito
 
Onde estão os culpados?
 
Contém o grito demente
 
 
Herança de antigas gerações
 
Barbárie de tempos longíquos
 
Atávico, em tempo presente
 
 
Indiferente maneira de vê-la
 
Da capela ouve-se o apelo
 
Um dilema envenena a alfazema
 
 
 
 
NOTA DO AUTOR:
 
 
A sintomatologia alegórica do pecado, da culpa e da queda humana.
 
Até que ponto a transgressão da lei natural é parte integrante da própria lei?
 
Crer que a raça humana é a resultante da maldade e da impureza é tão ilógico quanto irreal.
 
Aceito a rebeldia como um estágio opcional de contestação para o aprendizado. Mas, não entendo que a busca do conhecimento por meio da experiência pessoal seja antinatural.
 
A perfeição possível não está no trajeto está na chegada.

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