Já sangrei minha dor
Provei o temor do perigo
Degustei o vinho proibido
Ganhei, perdi, busquei abrigo
Aflitos, sós: são sóis de sãos
Derrama cálices lunares crescentes
Inclassificáveis formas de ser
Domina o fascínio da serpente
Ausente sentido infinito
Onde estão os culpados?
Contém o grito demente
Herança de antigas gerações
Barbárie de tempos longíquos
Atávico, em tempo presente
Indiferente maneira de vê-la
Da capela ouve-se o apelo
Um dilema envenena a alfazema
NOTA DO AUTOR:
A sintomatologia alegórica do pecado, da culpa e da queda humana.
Até que ponto a transgressão da lei natural é parte integrante da própria lei?
Crer que a raça humana é a resultante da maldade e da impureza é tão ilógico quanto irreal.
Aceito a rebeldia como um estágio opcional de contestação para o aprendizado. Mas, não entendo que a busca do conhecimento por meio da experiência pessoal seja antinatural.
A perfeição possível não está no trajeto está na chegada.
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