domingo, 1 de julho de 2012

(RE)CONSTRUÇÃO








 
Tecendo a manhã,
a aranha arquiteta
sua teia funcional
Projeta o teto sólido,
as paredes impermeáveis,
o piso irrefutável

Preenche espaços, mobília quartos,
instala aparelhos, acende luzes
e abriga os primeiros moradores
Cores, flores e dores
ali estão,
decorando impressões

Os meses e os anos corroem o entusiasmo inicial
As cadeias aprisionam e mofam as lembranças
O engenheiro cansado,
derruba paredes,
desalinha o piso e perfura o teto,
antes almejado

A aranha desbravadora,
impávida
se refaz:
avista novos planos,
outros sonhos
e desenha esperanças...


NOTA DO AUTOR:

A aranha representa a mente racional construtora do pensamento. Força que plasma ao nosso redor o universo material e moral em que nos movemos.
Em nossa casa mental repousam virtudes e vícios, talentos e fragilidades que se moldam em sutil (re)construção da atmosfera coordenada pela inteligência humana.
Em contraponto temos ações e reações externas que norteiam os estímulos que pacificam ou desarmonizam o ambiente em que vivemos.
Arquitetos, engenheiros da existência, tecemos a vida pelo fio condutor das ideias que prenunciam nossas atitudes.



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